Números - Destaques do livro de Números

Destaques da Bíblia em Números. Explicação dos textos bíblicos e lições práticas

Destaques da Leitura da Bíblia ‒ Números

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Números ‒ Contexto histórico

Números, Livro de

O quarto livro do Pentateuco. Deriva seu nome dos dois censos dos filhos de Israel mencionados nele. Narra eventos que ocorreram na região do monte Sinai, durante as peregrinações de Israel no ermo e nas planícies de Moabe. A narrativa abrange principalmente um período de 38 anos e 9 meses, de 1512 a 1473 AEC. (Núm 1:1; De 1:3, 4) Os acontecimentos narrados em Números 7:1-88 e 9:1-15, embora tenham ocorrido antes dos eventos do contexto, fornecem informações de fundo que constituem uma parte essencial do livro.
Escritor. A escrita do livro de Números, desde tempos antigos, tem sido atribuída a Moisés. A ampla evidência fornecida pelo próprio livro confirma isso. Não há nenhum indício de outra vida levada por Israel do que a no Egito e depois no ermo. Ao comentar a época em que se construiu Hébron, o escritor usa a cidade egípcia de Zoã como ponto de referência. (Núm 13:22) A idade de Zoã, razoavelmente, seria de conhecimento geral de um homem como Moisés, que “foi instruído em toda a sabedoria dos egípcios”. — At 7:22.
Certas ordens registradas no livro de Números são exclusivas da situação de uma nação em movimento. Estas incluem os prescritos acampamentos tribais (Núm 1:52, 53), a ordem de marcha (2:9, 16, 17, 24, 31) e os sinais de trombeta para convocar a assembléia e para levantar acampamento (10:2-6). Também, a lei sobre a quarentena é fraseada para se ajustar à vida num acampamento. (5:2-4) Diversas outras ordens são declaradas dum modo que exige uma aplicação futura quando os israelitas morassem na Terra da Promessa. Entre estas estão: o uso de trombetas para convocar à guerra (10:9), a separação de 48 cidades para os levitas (35:2-8), a ação a ser tomada contra a idolatria e os habitantes de Canaã (33:50-56), a escolha de seis cidades de refúgio, instruções sobre como lidar com casos de pessoas que afirmassem ser homicidas acidentais (35:9-33), e leis que envolviam heranças e o casamento de herdeiras (27:8-11; 36:5-9).
Além disso, o registro dos acampamentos israelitas é definitivamente atribuído a Moisés (Núm 33:2), e as palavras concludentes do livro de Números também indicam ser ele o escritor do relato. — 36:13.
Autenticidade. A autenticidade deste livro é confirmada além de qualquer dúvida. Notável é a sua candura. Não se escondem condutas erradas e derrotas. (Núm 11:1-5, 10, 32-35; 14:2, 11, 45) Até mesmo as transgressões do próprio Moisés, de seu irmão Arão, de sua irmã Miriã, e de seus sobrinhos Nadabe e Abiú são expostas. (3:3, 4; 12:1-15; 20:2-13) Várias vezes, os acontecimentos registrados neste livro são repetidos nos Salmos (78:14-41; 95:7-11; 105:40, 41; 106:13-33; 135:10, 11; 136:16-20). Por suas alusões a grandes eventos e outros pormenores registrados em Números, Josué (4:12; 14:2), Jeremias (2Rs 18:4), Neemias (9:19-22), Davi (Sal 95:7-11), Isaías (48:21), Ezequiel (20:13-24), Oséias (9:10), Amós (5:25), Miquéias (6:5), o mártir cristão Estêvão (At 7:36), os apóstolos Paulo (1Co 10:1-11) e Pedro (2Pe 2:15, 16), o discípulo Judas (v 11) e o Filho de Deus (Jo 3:14; Re 2:14) mostraram que aceitavam este registro como parte da Palavra inspirada de Deus. Há também a profecia de Balaão a respeito da estrela que avançaria de Jacó, profecia que teve seu cumprimento inicial quando Davi se tornou rei e depois subjugou os moabitas e os edomitas. — Núm 24:15-19; 2Sa 8:2, 13, 14.
Valor. O livro de Números ilustra fortemente a importância da obediência a Jeová, do respeito por ele e seus servos, da necessidade de se ter fé e de se prevenir contra homens ímpios (Núm 13:25-14:38; 22:7, 8, 22; 26:9, 10; He 3:7-4:11; 2Pe 2:12-16; Ju 11; Re 2:14), de não se pôr Jeová à prova, por falta de fé (Núm 21:5, 6; 1Co 10:9), bem como de refrear-se de resmungar (Núm 14:2, 36, 37; 16:1-3, 41; 17:5, 10; 1Co 10:10, 11) e da imoralidade sexual (Núm 25:1-9; 31:16; 1Co 10:6, 8). Os tratos de Jeová com Israel evidenciam grande poder, misericórdia e benevolência, bem como ser ele vagaroso em irar-se, embora não se refreie de punir os que o merecem. (Núm 14:17-20) Além disso, a posição e o ministério de Moisés (Núm 12:7; He 3:2-6), a milagrosa provisão de água saída dum rochedo (Núm 20:7-11; 1Co 10:4), erguer-se a serpente de cobre (Núm 21:8, 9; Jo 3:14, 15) e da água de purificação (Núm 19:2-22; He 9:13, 14) forneceram quadros proféticos que se cumpriram em Cristo Jesus.
O relato fornece matéria de fundo que esclarece outros textos. Mostra em que base o Rei Ezequias, de Judá, pôde providenciar a Páscoa em 14 de zive (íiar), em vez de em 14 de nisã (abibe). (Núm 9:10, 11; 2Cr 30:15) A plena consideração do nazireado (Núm 6:2-21) explica por que Sansão e Samuel não deviam cortar o cabelo (Jz 13:4, 5; 1Sa 1:11), e por que João, o Batizador, não devia tomar bebida inebriante. (Lu 1:15) Para ver outros exemplos, compare Números 2:18-23 com Salmo 80:2; Números 15:38 com Mateus 23:5; Números 17:8-10 com Hebreus 9:4; Números 18:26 com Hebreus 7:5-9; Números 18:31 com 1 Coríntios 9:13, 14; Números 28:9, 10, com Mateus 12:5.

Livro bíblico número 4 — Números

Escritor: Moisés
Lugar da Escrita: Ermo e planícies de Moabe
Escrita Completada: 1473 AEC
Tempo Abrangido: 1512-1473 AEC

OS EVENTOS da jornada dos israelitas pelo ermo foram registrados na Bíblia para o nosso proveito hoje. Como disse o apóstolo Paulo: “Ora, estas coisas tornaram-se exemplos para nós, para que não fôssemos pessoas desejosas de coisas prejudiciais.” (1 Cor. 10:6) O vívido registro de Números inculca em nós que a sobrevivência depende de santificar o nome de Jeová, de lhe obedecer em todas as circunstâncias e de mostrar respeito pelos seus representantes. Seu favor não resulta de bondade ou de mérito de seu povo, mas de Sua grande misericórdia e benignidade imerecida.
2 O nome Números se refere à numeração das pessoas, efetuada primeiro junto ao monte Sinai e, mais tarde, nas planícies de Moabe, segundo registrada nos capítulos 1-4 e 26 . Este nome vem do título Numeri, na Vulgata latina, e se deriva de A•rith•moí na Septuaginta grega. Contudo, os judeus chamam esse livro mais apropriadamente de Bemidh•bár, que significa “No Ermo”. A palavra hebraica midh•bár indica um lugar descampado, desprovido de cidades e povoados. Foi no ermo, ao sul e ao leste de Canaã, que ocorreram os eventos de Números.
3 Números evidentemente fazia parte do volume quíntuplo original, que incluía os livros de Gênesis a Deuteronômio. O primeiro versículo começa com a conjunção “e”, ligando-o com o que precede. Assim, deve ter sido escrito por Moisés, o escritor dos registros precedentes. Isto também fica claro da declaração no livro de que “Moisés registrava” e do colofão: “Estes são os mandamentos e as decisões judiciais que Jeová ordenou aos filhos de Israel por meio de Moisés.” — Núm. 33:2; 36:13.
4 Os israelitas haviam saído do Egito um pouco mais de um ano antes. Iniciando o relato no segundo mês do segundo ano depois do Êxodo, Números abrange os próximos 38 anos e nove meses, de 1512 a 1473 AEC. (Núm. 1:1; Deut. 1:3) Embora não se enquadrem nesse período, os eventos relatados em Números 7:1-88 e 9:1-15 são incluídos como informações de fundo. As partes iniciais do livro foram, sem dúvida, escritas à medida que os eventos se desenrolavam, mas é evidente que Moisés não poderia ter completado Números senão perto do fim do 40.° ano no ermo, em princípios do ano calendar de 1473 AEC.
5 Não pode haver dúvida quanto à autenticidade do relato. A respeito da terra geralmente árida pela qual viajavam, Moisés disse que se tratava dum “grande e atemorizante ermo”, e, mesmo em nossos dias, os dispersos habitantes se locomovem constantemente em busca de pastos e água. (Deut. 1:19) Ademais, as instruções detalhadas a respeito do acampamento da nação, da ordem de marcha e dos sinais de trombeta para governar os assuntos do acampamento atestam que o relato foi realmente escrito “no ermo”. — Núm. 1:1.
6 Até mesmo o temeroso relatório dos espias, quando retornaram de sua expedição a Canaã, no sentido de que “as cidades fortificadas são muito grandes”, é confirmado pela arqueologia. (13:28) As descobertas atuais têm revelado que os habitantes de Canaã daquele tempo haviam consolidado seu domínio mediante uma série de fortificações que se estendiam pelo país em diversos lugares, desde a baixada de Jezreel, no Norte, até Gerar, no Sul. Não só eram as cidades fortificadas, mas eram em geral construídas no cume de colinas, com torres que se elevavam acima de suas muralhas, tornando-as muitíssimo impressionantes para pessoas como os israelitas, que haviam residido por gerações na terra plana do Egito.
7 As nações do mundo tendem a encobrir os seus fracassos e a magnificar as suas conquistas, mas, o relato de Números narra, com honestidade que denota verdade histórica, que Israel foi totalmente derrotada pelos amalequitas e pelos cananeus. (14:45) Admite francamente que o povo mostrou ser sem fé e tratou a Deus sem respeito. (14:11) Com notável candura, Moisés, profeta de Deus, expõe os pecados da nação, de seus sobrinhos e de seu próprio irmão e irmã. Tampouco poupa a si mesmo, pois fala da ocasião em que deixou de santificar a Jeová, quando se supriu água em Meribá, de modo que perdeu o privilégio de entrar na Terra Prometida. — 3:4; 12:1-15; 20:7-13.
8 Que o relato é parte genuína das Escrituras, que são inspiradas por Deus e proveitosas, se evidencia de que quase todos os seus principais eventos, bem como muitos pormenores, são diretamente citados por outros escritores da Bíblia, muitos dos quais destacam a importância deles. Por exemplo, Josué (Jos. 4:12; 14:2), Jeremias (2 Reis 18:4), Neemias (Nee. 9:19-22), Asafe (Sal. 78:14-41), Davi (Sal. 95:7-11), Isaías (Isa. 48:21), Ezequiel (Eze. 20:13-24), Oséias (Osé. 9:10), Amós (Amós 5:25), Miquéias (Miq. 6:5), Lucas, no seu registro sobre o discurso de Estêvão (Atos 7:36), Paulo (1 Cor. 10:1-11), Pedro (2 Ped. 2:15, 16), Judas (Jud. 11) e João, ao registrar as palavras de Jesus à congregação de Pérgamo (Rev. 2:14), citam do registro de Números, como fez o próprio Jesus Cristo. — João 3:14.
9 A que objetivo, então, serve Números? Na verdade, o seu relato é mais do que de valor histórico. Números salienta que Jeová é o Deus de ordem, que requer de suas criaturas devoção exclusiva. Isto é vividamente inculcado na mente do leitor, ao passo que observa o recenseamento, a provação e a peneiração de Israel, e vê como o proceder desobediente e rebelde dessa nação é usado para frisar a necessidade vital de se obedecer a Jeová.
10 O registro foi preservado para o proveito das gerações futuras, segundo Asafe explicou, “para que pusessem a sua confiança no próprio Deus e não se esquecessem das práticas de Deus, mas observassem os próprios mandamentos dele” e que “não se deviam tornar como seus antepassados, uma geração obstinada e rebelde, uma geração que não preparara seu coração e cujo espírito não era fidedigno para com Deus”. (Sal. 78:7, 8) Vez após vez, os eventos de Números foram mencionados nos salmos, que eram cânticos sagrados entre os judeus, de modo que eram repetidos com freqüência como sendo de proveito para a nação. — Salmos 78, 95, 105, 106, 135, 136.

Números ‒ Visão geral e estrutura


DESTAQUES DE NÚMEROS

Narrativa histórica que demonstra quão vital é ser obediente a Jeová em todas as circunstâncias e respeitar seus representantes.
Abrange os eventos durante a maior parte do tempo em que Israel esteve no ermo, em caminho para a Terra da Promessa.
As tribos de Israel são registradas e organizadas.
Cerca de um ano após o Êxodo do Egito, todos os varões israelitas de 20 anos de idade para cima são registrados, exceto os levitas. (1:1-49)
A cada divisão de três tribos se designa um lugar para acampar e uma posição na ordem de marcha. (2:1-34)
Os levitas são postos à parte para ajudar os sacerdotes; todos os levitas de mais de um mês de idade são registrados; são tomados por Jeová em troca dos primogênitos das outras tribos. (3:1-51)
Os varões de Coate, Gérson e Merari, os três filhos de Levi, de 30 a 50 anos de idade, são contados e recebem designações de serviço. (4:1-49)
Outro censo dos israelitas é feito pouco antes da sua entrada na Terra da Promessa. (26:1-65)
Os israelitas recebem ordens divinas a respeito da sua adoração e dos seus tratos de uns com os outros.
Estabelecem-se requisitos para os nazireus. (6:1-21)
Celebra-se a Páscoa; fazem-se provisões para que todos os impuros ou em viagem distante possam celebrá-la um mês depois de 14 de nisã. (9:1-14)
Dão-se diversos regulamentos a respeito dos deveres e dos privilégios dos sacerdotes e levitas, inclusive para a preparação da água de purificação e seu uso. (18:1-19:22)
Alistam-se as ofertas que têm de ser apresentadas diariamente, todos os sábados, no início de cada mês, durante as festividades e durante o sétimo mês. (28:1-29:40)
Registram-se as ordens de Jeová referentes aos votos. (30:1-16)
Os culpados têm de confessar e compensar os prejudicados. (5:5-8)
Estabelece-se o procedimento para tratar de casos em que a esposa é suspeita de adultério secreto. (5:11-31)
Providenciam-se seis cidades de refúgio. (35:9-34)
Os israelitas mostram falta de apreço pelas provisões de Jeová e desobedecem às suas ordens.
O povo queixa-se do maná e almeja carne; quando Jeová provê codornizes, muitos agem com extrema gulodice e são punidos com a morte. (11:4-34)
Eles acreditam no relato mau dos dez espias temerosos e querem voltar ao Egito; Moisés tem de interceder por eles. (13:1-14:19)
Quando aquela geração rebelde é sentenciada a perambular e morrer no ermo, o povo tenta entrar na Terra da Promessa sem a bênção de Jeová e sofre uma derrota militar. (14:26-45)
Há falta de respeito para com os representantes visíveis de Jeová.
Miriã e Arão falam contra Moisés; Jeová golpeia Miriã com lepra. (12:1-15)
Corá, Datã, Abirão, Om e 250 maiorais se levantam contra Moisés e Arão; Jeová executa os rebeldes, e isto dá margem para mais resmungos; outros 14.700 morrem. (16:1-50)
Em Cades, os israelitas se queixam amargamente de Moisés e de Arão por causa da falta de água; quando Jeová fornece milagrosamente um suprimento de água, Moisés e Arão deixam de santificar o nome de Jeová e assim perdem o privilégio de entrar na Terra da Promessa. (20:1-13)
Os israelitas se cansam e falam contra Jeová e Moisés; sofrem uma praga de serpentes e muitos morrem; Moisés intercede pelo povo, e todo aquele que foi picado pode salvar-se por olhar para uma serpente de cobre. (21:4-9)
Jeová abençoa Israel, mas insiste na devoção exclusiva ao passo que a nação se prepara para entrar em Canaã.
Jeová dá a Israel a vitória sobre o rei de Arade. (21:1-3)
Israel derrota Síon e Ogue, tomando posse da terra deles. (21:21-35)
Balaque contrata Balaão para amaldiçoar os israelitas; Jeová o obriga em vez disso a abençoar Israel. (22:2-24:25)
Mulheres moabitas engodam homens israelitas à idolatria e à fornicação; 24.000 morrem por assim caírem na apostasia; Jeová se abranda quando Finéias não tolera rivalidade para com Ele. (25:1-18)

CONTEÚDO DE NÚMEROS

11 Números se divide logicamente em três partes. A primeira delas, findando no capítulo 10, versículo 10, abrange eventos que ocorreram enquanto os israelitas ainda acampavam junto ao monte Sinai. A parte seguinte, concluindo com o capítulo 21, narra o que sucedeu durante os seguintes 38 anos e mais um ou dois meses, enquanto se achavam no ermo e até chegarem às planícies de Moabe. A parte final, até o fim do capítulo 36, tem a ver com os eventos nas planícies de Moabe, enquanto os israelitas se preparavam para entrar na Terra Prometida.
12 Eventos junto ao monte Sinai (1:1-10:10). Os israelitas já estão na região montanhosa de Sinai por cerca de um ano. Aqui eles foram moldados numa organização bem entrosada. Às ordens de Jeová, faz-se agora um recenseamento de todos os homens de 20 anos de idade ou mais. As tribos variam em tamanho, segundo se revela, de 32.200 varões vigorosos em Manassés a 74.600 em Judá, totalizando 603.550 homens aptos para servir no exército de Israel, além dos levitas, das mulheres e das crianças — um acampamento composto provavelmente de três milhões de pessoas ou mais. A tenda de reunião está situada, juntamente com os levitas, no centro do acampamento. Em lugares designados, de cada lado, acampam os outros israelitas, em divisões de três tribos, cada tribo tendo recebido instruções quanto à ordem da marcha, isto é, quando o acampamento precisa locomover-se. Jeová emite as instruções, e o registro diz: “Os filhos de Israel passaram a fazer segundo tudo o que Jeová mandara a Moisés.” (2:34) Obedecem a Jeová e mostram respeito por Moisés, o representante visível de Deus.
13 Os levitas são então colocados à parte para o serviço de Jeová, como resgate dos primogênitos de Israel. São divididos em três grupos, segundo sua respectiva descendência dos três filhos de Levi: Gérson, Coate e Merari. As posições no acampamento e as responsabilidades de serviço são determinadas à base desta divisão. Os de mais de 30 anos têm de fazer o trabalho pesado de transportar o tabernáculo. Para que o serviço mais leve seja feito, faz-se provisão para que outros sirvam a partir dos 25 anos de idade. (Reduzidos para 20 anos nos dias de Davi.) — 1 Crô. 23:24-32; Esd 3:8.
14 Para que o acampamento seja mantido puro, dá-se instruções sobre pôr de quarentena os que adoecem, fazer expiação pelos atos de infidelidade, resolver casos em que um homem suspeite da conduta da esposa, e sobre assegurar a conduta correta dos que são colocados à parte por voto a fim de levar uma vida de nazireu para Jeová. Visto que o povo tem de levar sobre si mesmo o nome de seu Deus, precisa comportar-se em harmonia com os Seus mandamentos.
15 Suprindo alguns pormenores do mês anterior (Núm. 7:1, 10; Êxo. 40:17), Moisés fala a seguir das contribuições de materiais, feitas pelos 12 maiorais do povo, por um período de 12 dias, desde a inauguração do altar. Não houve competição nem a procura de glória pessoal nisso; cada qual contribuiu exatamente o que os outros contribuíram. Todos precisam reter em mente que, acima desses maiorais, e acima do próprio Moisés, está Jeová Deus, que dá instruções a Moisés. Nunca devem esquecer a sua relação com Jeová. A Páscoa deve fazê-los lembrar-se de sua maravilhosa libertação do Egito feita por Jeová, e eles a celebram aqui no ermo na ocasião determinada, um ano depois de partirem do Egito.
16 Assim como dirigira a marcha de Israel para fora do Egito, Jeová continua a conduzir a nação nas suas viagens, por meio duma nuvem que cobre o tabernáculo da tenda do Testemunho, de dia, e por meio de aparecimento do fogo ali, de noite. Quando a nuvem se locomove, a nação se locomove. Quando a nuvem permanece sobre o tabernáculo, a nação permanece acampada, seja por poucos dias seja por um mês ou mais, pois o relato nos diz: “Acampavam-se à ordem de Jeová e partiam à ordem de Jeová. Cuidavam da sua obrigação para com Jeová segundo a ordem de Jeová mediante Moisés.” (Núm. 9:23) Quando se aproxima o tempo de partirem do Sinai, providenciam-se toques de trombeta tanto para reunir o povo como para dirigir as diversas divisões do acampamento na jornada pelo ermo.
17 Eventos no ermo (10:11-21:35). Por fim, no 20.° dia do segundo mês, Jeová faz erguer a nuvem de sobre o tabernáculo, deste modo dando sinal para que Israel parta da região do Sinai. Com a arca do pacto de Jeová no meio deles, rumam a Cades-Barnéia, uns 240 quilômetros ao norte. Enquanto marcham durante o dia, a nuvem de Jeová paira sobre eles. Toda vez que a Arca parte, Moisés ora a Jeová para que este se levante e disperse seus inimigos, e toda vez que ela vem a descansar, ele ora a Jeová para que volte “às miríades dos milhares de Israel”. — 10:36.
18 Contudo, surgem dificuldades no acampamento. Na viagem para o norte, para Cades-Barnéia, há pelo menos três ocasiões de queixas. Para reprimir a primeira manifestação, Jeová envia fogo para consumir alguns do povo. Daí, a “multidão mista” faz Israel lamentar-se de que não mais tem como alimento peixe, pepino, melancia, alho-porro, cebola e alho do Egito, mas apenas maná. (11:4) Moisés fica tão angustiado que pede a Jeová que o mate em vez de deixá-lo continuar a servir de aio para todo aquele povo. Jeová, mostrando consideração, retira parte do espírito de Moisés e coloca-o sobre 70 anciãos, que passam a ajudar Moisés como profetas no acampamento. Daí vem carne em abundância. Como já sucedera antes, um vento da parte de Jeová traz codornizes do mar, e o povo gananciosamente se apodera de grande suprimento, estocando-o egoisticamente. A ira de Jeová se acende contra eles, abatendo muitos por causa do ardente desejo egoísta deles. — Êxo. 16:2, 3, 13.
19 As dificuldades continuam. Deixando de reconhecer devidamente seu irmão mais novo, Moisés, como representante de Jeová, Miriã e Arão o criticam por causa de sua esposa, recém-chegada ao acampamento. Exigem mais autoridade, comparável à de Moisés, embora ‘o homem Moisés fosse em muito o mais manso de todos os homens na superfície do solo’. (Núm. 12:3) O próprio Jeová corrige o assunto, revelando que Moisés ocupa uma posição especial e ferindo com lepra a Miriã, a provável instigadora da queixa. Foi só mediante a intercessão de Moisés que ela mais tarde se restabeleceu.
20 Chegando a Cades, Israel acampa no limiar da Terra Prometida. Jeová instrui Moisés a enviar espias para fazer reconhecimento do país. Entrando pelo Sul, eles viajam para o Norte, até a “entrada de Hamate”, caminhando centenas de quilômetros em 40 dias. (13:21) Quando retornam com alguns dos ricos frutos de Canaã, dez dos espias argumentam sem fé que seria tolo ir contra um povo tão forte e tão grandes cidades fortificadas. Calebe tenta acalmar a assembléia com um relatório favorável, mas sem êxito. Os espias rebeldes lançam medo no coração dos israelitas, afirmando que se trata duma terra que “consome os seus habitantes” e dizendo: “Todo o povo que vimos no meio dela são homens de tamanho extraordinário.” À medida que queixas de rebelião se espalham no acampamento, Josué e Calebe rogam: “Jeová está conosco. Não os temais.” (13:32; 14:9) Mas, a assembléia passa a falar em apedrejá-los.
21 Jeová então intervém diretamente, dizendo a Moisés: “Até quando me tratará este povo sem respeito e até quando não depositarão fé em mim, em vista de todos os sinais que realizei entre eles?” (14:11) Moisés lhe implora que não destrua a nação, visto que o nome e a fama de Jeová estão envolvidos. Jeová decreta, então, que Israel continuará a vagar pelo ermo até que todos os que foram registrados entre o povo, de 20 anos ou mais, tenham morrido. Dos varões registrados, apenas Calebe e Josué terão permissão de entrar na Terra da Promessa. É em vão que o povo tenta subir por sua própria iniciativa, apenas para sofrer terrível derrota às mãos dos amalequitas e dos cananeus. Que preço elevado paga o povo pelo desrespeito para com Jeová e seus leais representantes!
22 Realmente, eles têm muito a aprender no tocante à obediência. Apropriadamente, Jeová lhes dá leis adicionais, que acentuam tal necessidade. Ele lhes informa que, quando entrarem na Terra Prometida, será preciso fazer expiação pelos erros, mas os deliberadamente desobedientes precisam ser eliminados sem falta. Assim, quando um homem é apanhado ajuntando lenha em violação da lei sabática, Jeová ordena: “O homem, sem falta, deve ser morto.” (15:35) Como lembrete dos mandamentos de Jeová e da importância de obedecer a eles, Jeová instrui que usem franjas nas orlas das vestimentas.
23 Não obstante, irrompe outra vez a rebelião. Corá, Datã e Abirão e 250 homens de destaque na assembléia se reúnem em oposição à autoridade de Moisés e Arão. Moisés leva a questão perante Jeová, dizendo aos rebeldes: ‘Tomai porta-lumes e incenso e apresentai-os perante Jeová, e deixai que ele escolha.’ (16:6, 7) A glória de Jeová aparece então a toda a assembléia. Ele executa velozmente o julgamento, fazendo com que a terra se abra e trague as famílias de Corá, Datã e Abirão, e envia fogo para consumir os 250 homens, inclusive Corá, que oferecem o incenso. Logo no dia seguinte, o povo passa a condenar a Moisés e a Arão por aquilo que Jeová fez, e novamente Ele os flagela, eliminando 14.700 queixosos.
24 Por causa desses eventos, Jeová ordena que cada tribo apresente um bastão perante ele, inclusive um bastão com o nome de Arão para a tribo de Levi. Demonstra-se, no dia seguinte, que Jeová escolheu Arão para o sacerdócio, pois apenas o bastão dele apresenta flores plenamente desabrochadas e dá amêndoas maduras. O bastão há de ser preservado na arca do pacto “como sinal para os filhos da rebeldia”. (Núm. 17:10; Heb. 9:4) Depois de instruções adicionais para o sustento do sacerdócio por meio de dízimos e sobre o uso da água de purificação com as cinzas de uma vaca vermelha, o relato nos leva outra vez a Cades. Ali Miriã morre e é sepultada.
25 Novamente, no limiar da Terra Prometida, a assembléia alterca com Moisés, por causa da falta de água. Jeová considera isso como altercação com Ele, e aparece na sua glória, ordenando a Moisés que tome o bastão e faça sair água do rochedo. Será que nessa ocasião Moisés e Arão santificam a Jeová? Em vez disso, Moisés golpeia duas vezes o rochedo com ira. O povo e seu gado obtêm água para beber, mas Moisés e Arão deixam de dar o crédito a Jeová. Embora a jornada no ermo esteja quase no fim, ambos incorrem no desagrado de Jeová e se lhes informa que não entrarão na Terra Prometida. Arão morre mais tarde no monte Hor e seu filho Eleazar assume os deveres de sumo sacerdote.
26 Israel vira para o leste e procura atravessar a terra de Edom, mas é repelido. Ao fazer um grande desvio em volta de Edom, o povo entra outra vez em dificuldades, queixando-se de Deus e de Moisés. Estão fartos do maná e têm sede. Por causa de sua rebeldia, Jeová envia-lhes serpentes venenosas, de modo que muitos morrem. Por fim, quando Moisés intercede, Jeová instrui-o a fazer uma ardente serpente de cobre e colocá-la numa haste de sinal. Os que foram mordidos, mas que fitam a serpente de cobre, são poupados com vida. Rumando para o norte, os israelitas são impedidos, respectivamente, pelos reis beligerantes Síon, dos amorreus, e Ogue, de Basã. Eles derrotam a ambos em batalha, e Israel ocupa os seus territórios ao leste do vale de abatimento tectônico.
27 Eventos nas planícies de Moabe (22:1-36:13). Em ávida antecipação de sua entrada em Canaã, os israelitas se reúnem então nas planícies desérticas de Moabe, ao norte do mar Morto e ao leste do Jordão, defronte de Jericó. Vendo este vasto acampamento espraiado diante deles, os moabitas sentem temor mórbido. Seu rei Balaque, consultando os midianitas, manda chamar a Balaão para que este use de adivinhação e amaldiçoe a Israel. Embora Deus diga diretamente a Balaão: “Não deves ir com eles”, ele quer ir. (22:12) Ele quer a recompensa. Por fim vai mesmo, mas o que acontece é que ele é interceptado por um anjo e a sua própria jumenta fala miraculosamente para o repreender. Quando finalmente Balaão chega a proferir declarações sobre Israel, o espírito de Deus o impele, de modo que os seus quatro ditos proverbiais profetizam apenas bênçãos para a nação de Deus, predizendo até que uma estrela sairá de Jacó e um cetro surgirá de Israel para subjugar e destruir.
28 Tendo enfurecido a Balaque com o seu fracasso em amaldiçoar a Israel, Balaão procura obter o favor do rei, sugerindo que os moabitas usem as mulheres de seu povo para engodarem os homens de Israel a participar nos ritos licenciosos relacionados com a adoração de Baal. (31:15, 16) Aqui, bem na fronteira da Terra Prometida, os israelitas começam a cair vítimas da crassa imoralidade e da adoração de deuses falsos. Quando a ira de Jeová se acende num flagelo, Moisés exige punição drástica dos malfeitores. Quando Finéias, filho do sumo sacerdote, vê o filho dum maioral trazer uma midianita para a sua tenda, dentro do próprio acampamento, ele vai atrás deles e os mata, ferindo a mulher pelas suas partes genitais. Assim se faz parar o flagelo, depois de 24.000 terem morrido em resultado dele.
29 A seguir, Jeová ordena a Moisés e a Eleazar que façam um novo recenseamento do povo, conforme se fizera quase 39 anos antes, junto ao monte Sinai. A contagem final mostra que não houve aumento nas suas fileiras. Pelo contrário, há 1.820 homens a menos registrados. Não resta nenhum dos que foram registrados junto ao Sinai para o serviço do exército, exceto Josué e Calebe. Conforme Jeová indicara que sucederia, todos eles haviam morrido no ermo. Jeová dá a seguir instruções relativas à divisão da terra como herança. Repete que Moisés não entrará na Terra da Promessa, por ter deixado de santificar a Jeová junto às águas de Meribá. (20:13; 27:14, notas) Josué é designado sucessor de Moisés.
30 Mediante Moisés, Jeová a seguir lembra Israel da importância de Suas leis sobre sacrifícios e festividades e da seriedade dos votos. Faz também com que Moisés ajuste contas com os midianitas, por causa de sua participação em seduzir Israel no tocante a Baal de Peor. Todos os varões midianitas são mortos em batalha, juntamente com Balaão, e só são poupadas as moças virgens, 32.000 destas sendo levadas cativas juntamente com o saque que inclui 808.000 animais. Nem sequer um israelita morre na batalha, segundo se informa. Os filhos de Rubem e de Gade, que são criadores de gado, pedem para estabelecer-se no território ao leste do Jordão, e, depois de concordarem em ajudar na conquista da Terra Prometida, o pedido é concedido, de modo que essas duas tribos, juntamente com metade da tribo de Manassés, recebem como posse esse rico planalto.
31 Depois de uma recapitulação dos lugares de parada, durante a viagem de 40 anos, o registro focaliza outra vez a atenção na necessidade de obediência a Jeová. Deus lhes dá aquela terra, mas eles têm de tornar-se Seus executores, expulsando os habitantes depravados e adoradores de demônios e destruindo todo vestígio de sua religião idólatra. Descrevem-se em pormenores as fronteiras da terra que Deus lhes dá. Ela deve ser dividida entre eles por sortes. Os levitas, que não têm herança tribal, devem receber 48 cidades, com seus pastios, 6 das quais têm de ser cidades de refúgio para o homicida não intencional. O território tem de permanecer dentro da tribo, nunca devendo ser transferido a outra tribo por meio de casamento. Se não houver herdeiro masculino, então as filhas que recebem uma herança — por exemplo, as filhas de Zelofeade — têm de casar-se dentro de sua própria tribo. (27:1-11; 36:1-11) Números conclui com estes mandamentos de Jeová por intermédio de Moisés e estando os filhos de Israel prestes a finalmente entrar na Terra Prometida.

Destaques do Números

Respeite a Jeová — é a exortação do livro de Números

JEOVÁ DEUS merece o respeito de todo o coração dos seus adoradores. Precisam obedecê-lo e cooperar lealmente com os Seus servos designados. Quão bem isso é enfatizado no livro bíblico de Números!
O nome deste livro baseia-se nos dois recenseamentos, ou contagens, dos israelitas, registrados nos capítulos 1 a 4, e 26. Números foi escrito por Moisés nas planícies de Moabe em 1473 AEC, e abrange primariamente 38 anos e 9 meses, remontando a 1512 AEC. — Números 1:1; Deuteronômio 1:3.
Nas três partes de Números acham-se registrados eventos ocorridos no Monte Sinai (1:1 a 10:10), mais tarde no ermo (10:11 a 21:35) e nas planícies de Moabe (22:1 a 36:13). Mas, o que nos podem ensinar esses incidentes? Há em Números princípios que podem beneficiar as Testemunhas de Jeová hoje?

O CONTEÚDO PROMOVE O RESPEITO A DEUS

Os israelitas já estavam ao sopé do monte Sinai por cerca de um ano, quando Jeová ordenou que Moisés fizesse um recenseamento. Com exceção dos levitas, todos os varões com 20 anos ou mais foram registrados, e seu número totalizou 603.550. Em lugar dos primogênitos, Deus tomou os levitas para o serviço do tabernáculo. Forneceram-se instruções quanto à ordem de marcha, na qual Judá, a tribo mais numerosa, havia de tomar a dianteira. Por ordem de Deus, os levitas foram então registrados e designaram-se-lhes tarefas sagradas. — Números 1:1 a 4:49.
As ordens de Jeová sobre quarentena foram seguidas por leis tais como as relativas a casos de ciúme por desconfiança da fidelidade da esposa, e a votos feitos por nazireus. Daí, forneceram-se alguns pormenores com respeito ao serviço do tabernáculo. Por ocasião do erguimento do tabernáculo e da inauguração do altar, os maiorais haviam feito muitas ofertas valiosas. Segundo um modelo dado por Jeová numa visão, Moisés mandou fazer um candelabro. Quando suas lâmpadas eram acesas e os levitas eram purificados, podiam começar a servir. — Números 5:1 a 8:26.
Foram recapituladas instruções sobre a Páscoa. O erguimento e a desmontagem do acampamento eram orientados por uma nuvem milagrosa sobre o tabernáculo. O povo se acampava e partia “à ordem de Jeová”. Duas trombetas de prata haviam de ser usadas para congregar a assembléia e para outros propósitos. — Números 9:1 a 10:10.
No vigésimo dia do segundo mês do segundo ano após a partida ao Egito, a nuvem sobre o tabernáculo começou a se mover e Israel pôs-se em marcha. Ocorreram casos de queixas injustificadas. Um deles foi um clamor por carne, mas manifestou-se ganância quando Jeová proveu codornizes. Miriã e Arão queixaram-se de seu irmão Moisés, e, como punição, Miriã ficou temporariamente atacada de lepra. Como isso deve induzir-nos a mostrar respeito à autoridade constituída por Deus! — Números 10:11 a 12:16.
Doze espias foram enviados a Terra Prometida e retornaram 40 dias depois com deliciosas frutas. Mas, dez dos espias exageraram tanto a estatura dos habitantes e o tamanho de suas cidades fortificadas, que os israelitas desanimados desejaram retornar ao Egito. Em vão, os fiéis espias Josué e Calebe os exortaram a ter fé em Jeová. Quando o povo falou em apedrejar Moisés, Arão, Josué e Calebe, Deus disse que iria golpear e expulsar a nação inteira. Mas, Moisés intercedeu e Jeová decretou que o povo vagueasse pelo ermo durante 40 anos, até morrerem todos os que tivessem 20 anos ou mais. As únicas exceções haviam de ser Josué, Calebe e a tribo de Levi. A seguir, os israelitas tentaram invadir a Terra Prometida, o que resultou apenas numa derrota desalentadora. — Números 13:1 a 14:45.
Depois disso, foram dadas diversas leis que envolviam ofertas, a violação do sábado e o uso de franjas nas vestes. Daí, Corá, Datã, Abirão, Om e 250 maiorais falaram mal de Moisés e Arão. Em que resultou esse grave desrespeito? Jeová destruiu com fogo Corá e os 250, ao passo que os demais rebeldes pereceram quando a terra se abriu, tragando-os junto com suas famílias e seus bens. Logo no dia seguinte, os israelitas passaram a murmurar contra Moisés e Arão, e, devido a essa falta de respeito, 14.700 morreram vítimas dum flagelo da parte de Jeová. Para pôr fim ao murmúrio e indicar que Ele escolhera a Arão, da tribo de Levi, Deus fez com que o bastão de Arão florescesse. A seguir foram dados os regulamentos que envolviam os deveres dos sacerdotes e dos levitas, e a purificação do aviltamento do povo. — Números 15:1 a 19:22.
Em Cades, houve um clamor por água. Visto que Moisés e Arão não santificaram a Jeová por provê-la milagrosamente, foram informados de que não entrariam na Terra Prometida. Depois de saírem de Cades, o povo chegou ao monte Hor, onde Arão morreu e seu filho Eleazar foi constituído sumo sacerdote. A seguir, os israelitas derrotaram o rei de Arade. Mais tarde, eles passaram a falar mal de Deus e de Moisés, e desta vez Jeová enviou serpentes venenosas entre eles como punição. Os que eram mordidos ficavam curados por olharem para uma serpente de cobre que Deus mandou Moisés fazer e colocar numa haste. Depois disso, Israel derrotou o rei amorreu, Síon, e o rei de Basã, Ogue, tomando a terra deles. — Números 20:1 a 21:35.
Em seguida são narrados os acontecimentos nas planícies de Moabe. O Rei Balar, de Moabe, contratou Balaão para amaldiçoar os israelitas, mas, em vez disso, por três vezes ele os abençoou. Balaão colaborou para causar que adoradoras de Baal levassem Israel à imoralidade sexual e à idolatria. Jeová destruiu 24.000 transgressores, até que Finéias cessou o flagelo por executar um israelita imoral e uma midianita. — Números 22:1 a 25:18; 31:15, 16.
Depois de feito outro recenseamento e de se ter estabelecido um precedente quanto aos direitos de herança das filhas, Moisés avistou a Terra Prometida e comissionou a Josué como seu sucessor. Proveram-se instruções quanto a ofertas diárias, semanais, mensais e anuais, bem como a respeito de votos. Daí, houve a vingança contra os midianitas, por terem contribuído para que os israelitas pecassem contra Deus. — Números 26:1 a 31:54.
As tribos de Rubem, Gade e Manassés receberam heranças a leste do Jordão, mas sob a condição de que participariam da conquista do território a oeste daquele rio. A seguir, há uma lista dos muitos acampamentos de Israel, desde o Egito até as planícies de Moabe. Os israelitas receberam então ordens relativas a fixar residência na Terra Prometida. Entre outras coisas, deviam destruir os artigos usados na religião falsa e expulsar os habitantes. As fronteiras da terra foram definidas e foram designados maiorais para ajudar Josué e Eleazar a dividi-la, e foram designadas aos levitas 48 cidades. Foram reservadas seis cidades de refúgio e fornecidas instruções sobre cuidar de casos que envolvessem homicídio não-intencional e homicídio qualificado. Por fim, foram dadas leis sobre o casamento de herdeiro. — Números 32:1 a 36:13.
Ao ler Números, poderá muito bem ficar impressionado com a ênfase dada a mostrar respeito a Jeová e aos que Ele designa para cuidar de responsabilidades entre Seu povo. Mas, talvez se pergunte sobre alguns pontos. Portanto, as seguintes perguntas e respostas talvez sejam de interesse.

ACONTECIMENTOS NO MONTE SINAI

● 5:11-31 — O que acontecia realmente com a esposa culpada de cometer adultério?
A água em si mesma não causava nenhuma aflição. Mas, era bebida diante de Jeová, que sabia se a mulher era culpada de adultério. Se ela fosse culpada, ele faria com que seu ventre inchasse e sua coxa decaísse. Evidentemente, a coxa é usada aqui eufemisticamente para representar os órgãos de procriação. (Veja Gênesis 46:26.) “Decair” sugere que tais órgãos se atrofiavam, tornando impossível a concepção. Isso se harmonizaria com o fato de que se a mulher fosse inocente seu marido devia engravidá-la.
● 8:25, 26 — Será que o princípio da lei sobre a ‘aposentadoria’ dos levitas se aplica hoje ao povo de Jeová?
Os sacerdotes eram assistidos por todos os varões habilitados das três principais famílias levitas. Com o tempo, os levitas ficariam numerosos, mas o número de vagas de serviço no santuário era limitado. Sem dúvida, pois, tanto por consideração à idade como para evitar uma sobrecarga de pessoal para tais cargos, Jeová instruiu que os varões levitas que atingissem 50 anos deviam ser ‘aposentados’ do serviço compulsório, embora ainda pudessem ajudar voluntariamente. Entretanto, isso não estabelece nenhuma regra para os israelitas espirituais e seus companheiros, porque não estão sob a Lei. (Romanos 6:14; Efésios 2:11-16) Se a idade avançada desqualifica um cristão para certa responsabilidade, ele poderá ser mudado para um serviço que ele possa realizar. Para as Testemunhas de Jeová não há aposentadoria da pregação das boas novas do Reino.

QUANDO VAGUEAVAM DE LUGAR EM LUGAR

● 12:1 — Por que Miriã e Arão falaram mal de Moisés por causa de sua esposa cusita?
Isso constituiu mais do que uma objeção à esposa de Moisés. O verdadeiro motivo era o desejo de maior poder, especialmente por parte de Miriã. A esposa de Moisés, Zípora, estivera ausente, mas se juntara novamente a ele, e Miriã temia ser substituída como primeira dama no acampamento. (Êxodo 18:1-5) Portanto, ela conseguiu que Arão se juntasse a ela em criticar a Moisés por ter-se casado com uma cusita e em desafiar sua posição ímpar diante de Deus. Por isso, Jeová castigou tanto Miriã como Arão, mas só Miriã ter sido atacada de lepra pode sugerir que a instigadora era ela. A atitude correta de Arão foi demonstrada por ele confessar e suplicar em favor da leprosa Miriã. (Números 12:10-13) Quanto a Zípora, era a filha de Reuel, o midianita. (Gênesis 25:1, 2; Números 10:29) Em Habacuque 3:7, faz-se um paralelo entre a “terra de Midiã” e Cusã, que evidentemente é outro nome para Midiã, ou se relaciona com um país vizinho. Além disso, certas tribos árabes se chamavam Kusi ou Kushim. Assim, pelo visto “cusita” não se restringia aos descendentes de Cã, por intermédio de Cus, mas aplicava-se também a alguns habitantes de Midiã. Portanto, Zípora podia ser chamada cusita.
● 21:14, 15 — O que era o “livro das Guerras de Jeová”?
Sem dúvida, tratava-se dum registro histórico confiável das guerras do povo de Jeová. Talvez principiasse pela ação bem-sucedida de Abraão contra os quatro reis que haviam capturado Ló e sua família. (Gênesis 14:1-16) As Escrituras fazem menção de muitos escritos não-inspirados, alguns dos quais foram usados por escritores bíblicos inspirados como fonte de matéria. — Josué 10:12, 13; 1 Reis 11:41; 14:19, 29.

NAS PLANÍCIES DE MOABE

● 22:20-22 — Uma vez que Jeová disse a Balaão para acompanhar os homens de Balaque, por que ficou irado quando o profeta os acompanhou?
Jeová disse a Balaão que ele não poderia amaldiçoar os israelitas, mas o ganancioso profeta foi com a intenção de fazê-lo, a fim de ser recompensado pelo Rei Balaque, de Moabe. (2 Pedro 2:15, 16; Judas 11) Por esse motivo, ascendeu-se a ira de Deus contra Balaão. Naturalmente, Jeová desaprovava qualquer maldição contra Israel. Mas, Balaão, igual a Caim, era obstinado em desrespeitar a vontade de Deus. (Gênesis 4:6-8) Depois que Jeová transformou em bênção todas as tentativas de amaldiçoar, a perversidade de Balaão induziu-o a sugerir que Balaque usasse mulheres de Moabe e de Midiã para seduzir os israelitas e envolvê-los na adoração de Baal. (Deuteronômio 23:5; Números 31:15, 16; Revelação 2:14) Isso trouxe a ira de Deus sobre Israel e resultou na morte de 24.000. Mais tarde, o ganancioso Balaão morreu às mãos daqueles a quem procurava amaldiçoar. (Números 25:1-9; 31:8) Que advertência contra a ganância!
● 25:10-13 — Como foi cumprida esta promessa quanto ao sacerdócio?
O sumo sacerdócio parece ter prosseguido na linhagem de Finéias até o tempo do sumo sacerdote Eli, descendente de Itamar. Esta mudança ocorreu provavelmente devido a uma desqualificação temporária na linhagem de Finéias. Mas, o Rei Salomão trocou Abiatar, descendente de Itamar, pelo sumo sacerdote Zadoque, que descendia de Finéias. (1 Reis 1:1-14; 2:26, 27, 35) Até onde mostra o registro histórico, aparentemente a linhagem de Finéias prosseguiu, depois disso, por muitos anos no sumo sacerdócio.
● 30:6-8 — Pode o marido duma esposa cristã anular os votos dela?
Não, pois os seguidores de Jesus não estão sob a Lei. Jeová lida agora com as pessoas individualmente com respeito a votos, e o marido cristão não está autorizado a cancelar ou proibi-los. Naturalmente, a esposa cristã não deve fazer votos que entrem em conflito com a Palavra de Deus ou com as suas obrigações bíblicas para com o marido. — Eclesiastes 5:2, 6.

DE GRANDE VALOR PARA NÓS

O livro de Números fornece um valioso elo no registro que conduz ao estabelecimento do Reino de Deus. Aponta também para Jesus Cristo. Por exemplo, os sacrifícios de animais e o uso das cinzas da vaca vermelha apontavam para a provisão ainda maior de purificação mediante o sacrifício de Jesus. (Números 19:2-9; Hebreus 9:13, 14) O incidente relacionado com a serpente de cobre prefigurava a grandiosa provisão de Jeová para a vida eterna por intermédio de Cristo. — Números 21:8, 9; João 3:14, 15.
O livro de Números pode ajudar-nos a evitar a idolatria e a imoralidade sexual. Alerta-nos quanto ao perigo de murmurarmos contra Deus, contra aqueles a quem ele designa cargos de responsabilidade e contra Suas provisões. E, certamente, este emocionante relato deve induzir-nos a mostrar o máximo respeito ao nosso amoroso Deus, Jeová.

A Palavra de Jeová É Viva

Destaques do livro de Números

APÓS o êxodo do Egito, os israelitas foram organizados como nação. Poderiam, logo em seguida, ter entrado na Terra Prometida, mas não foi o que aconteceu. Em vez disso, tiveram de vaguear umas quatro décadas por um “grande e atemorizante ermo”. (Deuteronômio 8:15) Por quê? O relato histórico no livro bíblico de Números nos conta o que aconteceu. Esse relato deve incutir em nós a necessidade de obedecer a Jeová Deus e de respeitar seus representantes.
Escrito por Moisés no ermo e nas planícies de Moabe, o livro de Números abrange um período de 38 anos e 9 meses — desde 1512 AEC até 1473 AEC. (Números 1:1; Deuteronômio 1:3) Seu nome se deriva de dois censos dos israelitas, feitos com uns 38 anos de diferença um do outro. (Capítulos 1-4, 26) A narrativa é dividida em três seções. A primeira parte relata o que aconteceu no monte Sinai. A segunda abrange o que ocorreu durante a peregrinação de Israel no ermo. E a última parte trata dos acontecimentos nas planícies de Moabe. Ao ler esse relato, talvez queira pensar nas seguintes perguntas: ‘O que esses incidentes me ensinam? Há nesse livro princípios que podem me beneficiar hoje?’

NO MONTE SINAI

(Números 1:1-10:10)
O primeiro dos dois censos ocorreu enquanto os israelitas ainda estavam ao sopé do monte Sinai. Com exceção dos levitas, todos os homens com 20 anos ou mais somavam 603.550. O censo evidentemente foi feito para fins militares. O acampamento inteiro, incluindo mulheres, crianças e os levitas, talvez tivesse mais de três milhões de pessoas.
Depois do censo, os israelitas receberam instruções referentes à ordem de marcha, pormenores a respeito dos deveres dos levitas e do serviço no tabernáculo, instruções sobre quarentena, bem como leis sobre casos de ciúme e votos de nazireus. O capítulo 7 contém informações referentes às ofertas feitas pelos cabeças tribais, relacionadas com a inauguração do altar, e o capítulo 9 considera a celebração da Páscoa. A assembléia recebeu também instruções sobre como acampar e levantar acampamento.

Perguntas bíblicas respondidas:

2:1, 2 — O que eram os “sinais” junto aos quais cada divisão de três tribos devia acampar-se no ermo? A Bíblia não fornece uma descrição dos sinais. No entanto, não eram considerados como símbolos sagrados, nem se lhes deu significado religioso. Os sinais eram usados para fins práticos — a fim de ajudar a pessoa a encontrar seu lugar certo no acampamento.
5:27 — O que significa ‘decair a coxa’ duma esposa culpada de adultério? A palavra “coxa” é usada aqui para se referir aos órgãos de procriação. (Gênesis 46:26) “Decair” sugere a degeneração desses órgãos, de modo que a concepção seria impossível.

Lições para nós:

6:1-7. Os nazireus deviam abnegadamente abster-se dos produtos da videira e de todas as bebidas inebriantes. Deviam deixar o cabelo ficar comprido — como sinal de submissão a Jeová, assim como as mulheres deviam estar em sujeição ao marido ou ao pai. Os nazireus deviam manter-se limpos por não se aproximarem de nenhum cadáver, mesmo o de um parente achegado. Os atuais servos de tempo integral são abnegados e se submetem a Jeová e aos requisitos dele. Algumas designações podem incluir viajar para uma terra distante e, por isso, talvez seja difícil ou mesmo impossível assistir ao enterro de um membro achegado da família.
8:25, 26. A fim de garantir que as designações de serviço dos levitas fossem cuidadas corretamente, e levando em consideração a idade deles, ordenou-se aos homens mais velhos que fossem dispensados do serviço compulsório. No entanto, eles podiam oferecer-se para ajudar outros levitas. Hoje em dia, embora os proclamadores do Reino não se aposentem, o princípio dessa lei nos dá uma lição valiosa. Quando um cristão, por causa da idade avançada, não puder cumprir certas obrigações, ele poderá fazer o que estiver ao seu alcance.

DE UM LUGAR PARA OUTRO NO ERMO

(Números 10:11-21:35)
Quando a nuvem por fim se levantou de cima do tabernáculo, os israelitas recomeçaram a marcha que os conduziria às planícies desérticas de Moabe — que levaria cerca de 38 anos. Talvez ache proveitoso acompanhar num mapa o caminho que eles percorreram. Poderá ver esse mapa na página 9 da brochura ‘Veja a Boa Terra’, publicada pelas Testemunhas de Jeová. A caminho para Cades, no ermo de Parã, houve pelo menos três casos de manifestação de queixa. O primeiro foi resolvido quando Jeová mandou fogo para consumir alguns do povo. Depois, os israelitas reclamaram pedindo carne e Jeová forneceu codornizes. A queixa de Miriã e Arão contra Moisés resultou em Miriã ser temporariamente acometida por lepra.
Enquanto estavam acampados em Cades, Moisés enviou 12 homens para espionar a Terra Prometida. Eles voltaram 40 dias depois. O povo, acreditando nos relatos maus de dez dos espias, queria apedrejar Moisés, Arão e os espias fiéis, Josué e Calebe. Jeová decidiu ferir o povo com pestilência, mas Moisés intercedeu, e Deus declarou que eles vagueariam no ermo por 40 anos — até que todos os que foram incluídos no censo tivessem morrido.
Jeová deu regulamentos adicionais. Corá e outros se rebelaram contra Moisés e Arão, mas os rebeldes foram destruídos por fogo ou tragados pela terra. No dia seguinte, toda a assembléia resmungou contra Moisés e Arão. Em resultado disso, 14.700 morreram num flagelo da parte de Jeová. Deus fez o bastão de Arão florescer para que todos soubessem que ele era o escolhido para ser sumo sacerdote. Jeová deu então leis adicionais referentes às obrigações dos levitas e à purificação do povo. O uso de cinzas duma novilha vermelha prefigurava a purificação por meio do sacrifício de Jesus. — Hebreus 9:13, 14.
Os filhos de Israel voltaram a Cades, onde Miriã morreu. A assembléia queixou-se de novo de Moisés e de Arão. Por que motivo? A falta de água. Visto que Moisés e Arão deixaram de santificar o nome de Jeová ao prover milagrosamente o povo de água, eles perderam a oportunidade de entrar na Terra Prometida. Israel partiu de Cades, e Arão morreu no monte Hor. Ao contornarem Edom, os israelitas se cansaram e falaram contra Deus e Moisés. Jeová enviou serpentes venenosas para puni-los. Moisés intercedeu novamente e Deus o mandou fazer uma serpente de cobre e colocá-la num poste, para que todos os que fossem mordidos ficassem curados ao olhar para ela. A serpente prefigurava Jesus Cristo que é pregado numa estaca para nosso benefício eterno. (João 3:14, 15) Israel derrotou os reis amorreus Síon e Ogue e tomou posse da terra deles.

Perguntas bíblicas respondidas:

12:1 — Por que Miriã e Arão se queixaram de Moisés? O verdadeiro motivo da sua queixa, pelo visto, era que Miriã desejava mais poder. Quando a esposa de Moisés, Zípora, se juntou novamente a ele no ermo, Miriã talvez temesse não ser vista mais como a primeira dama do acampamento. — Êxodo 18:1-5.
12:9-11 — Por que apenas Miriã foi atacada de lepra? É bem provável que a queixa tenha partido dela e depois tenha persuadido Arão a se juntar a ela. Ele mostrou a atitude correta quando confessou seu erro.
21:14, 15 — Qual era o livro mencionado aqui? As Escrituras mencionam diversos livros que os escritores da Bíblia usaram como fonte de matéria. (Josué 10:12, 13; 1 Reis 11:41; 14:19, 29) ‘O livro das Guerras de Jeová’ era um desses. Continha relatos históricos das guerras do povo de Jeová.

Lições para nós:

11:27-29. Moisés dá um excelente exemplo de como devemos reagir quando outros recebem privilégios no serviço de Jeová. Em vez de procurar glória para si mesmo, Moisés não sentiu ciúmes, mas ficou feliz quando Eldade e Medade começaram a agir como profetas.
12:2, 9, 10; 16:1-3, 12-14, 31-35, 41, 46-50. Jeová espera que seus adoradores respeitem a autoridade concedida por Ele.
14:24. Um meio de impedir que as pressões do mundo nos levem à transgressão é desenvolver “um espírito diferente” — uma atitude mental diferente da do mundo.
15:37-41. A franja, que era uma característica peculiar das vestes dos israelitas, destinava-se a lembrar-lhes que eram um povo separado para a adoração de Deus e para obedecer aos seus mandamentos. Não devemos nós também viver segundo as normas de Deus e mostrar que somos diferentes do mundo?

NAS PLANÍCIES DE MOABE

(Números 22:1-36:13)
Quando os filhos de Israel se acamparam nas planícies desérticas de Moabe, os moabitas passaram a ter um pavor mórbido deles. O rei de Moabe, Balaque, contratou Balaão para amaldiçoar os israelitas. Mas Jeová obrigou Balaão a abençoá-los. Depois, mulheres moabitas e midianitas foram usadas para induzir homens israelitas a cometer imoralidade e idolatria. Em resultado disso, Jeová destruiu 24 mil transgressores. O flagelo finalmente acabou quando Finéias demonstrou que não tolerava a rivalidade com Jeová.
O segundo censo revelou que nenhum dos homens contados no primeiro ainda vivia, exceto Josué e Calebe. Josué foi comissionado para ser o sucessor de Moisés. Os israelitas receberam instruções referentes a diversas ofertas e a como fazer votos. O povo de Israel vingou-se também dos midianitas. Rubem, Gade e a meia tribo de Manassés estabeleceram-se ao leste do rio Jordão. Israel recebeu instruções sobre cruzar o Jordão e tomar posse do país. As fronteiras do país foram definidas de modo pormenorizado. A herança era para ser decidida por sorte. Os levitas receberam 48 cidades, e 6 delas deviam servir como cidades de refúgio.

Perguntas bíblicas respondidas:

22:20-22 — Por que se acendeu a ira de Jeová contra Balaão? Jeová havia dito ao profeta Balaão que ele não devia amaldiçoar os israelitas. (Números 22:12) No entanto, o profeta foi com os homens de Balaque decidido a amaldiçoá-los. Balaão queria agradar ao rei moabita e receber dele uma recompensa. (2 Pedro 2:15, 16; Judas 11) Mesmo quando Balaão foi obrigado a abençoar Israel em vez de amaldiçoá-lo, ele procurou obter o favor do rei por sugerir que mulheres que adoravam Baal fossem usadas para seduzir homens israelitas. (Números 31:15, 16) De modo que o motivo da ira de Deus contra Balaão foi a inescrupulosa ganância desse homem.
30:6-8 — Pode um homem cristão cancelar os votos da sua esposa? Com respeito a votos, Jeová lida agora com os seus adoradores em base individual. Por exemplo, a dedicação a Jeová é um voto pessoal. (Gálatas 6:5) O marido não tem autoridade para invalidar ou cancelar tal voto. A esposa, porém, deve evitar fazer um voto que conflita com a Palavra de Deus ou com os seus deveres para com o marido.

Lições para nós:

25:11. Finéias nos deu um grande exemplo de zelo pela adoração de Jeová. Será que o desejo de manter a congregação limpa deve mover-nos a relatar aos anciãos cristãos casos de crassa imoralidade que chegam ao nosso conhecimento?
35:9-29. O fato de que um homicida não-intencional tinha de abandonar sua casa e fugir para uma cidade de refúgio por um período de tempo ensina-nos que a vida é sagrada e que temos de respeitá-la.
35:33. A única maneira de se fazer expiação pela terra que havia sido poluída devido ao derramamento de sangue inocente seria por meio do sangue daqueles que o derramaram. Muito apropriadamente Jeová destruirá os iníquos antes de a Terra ser transformada num paraíso! — Provérbios 2:21, 22; Daniel 2:44.
A Palavra de Deus exerce poder
Temos de ter respeito por Jeová e pelos designados para cargos de responsabilidade entre o seu povo. O livro de Números torna essa verdade mais clara. Que lição importante para se manter hoje a paz e a união na congregação!
Os incidentes registrados em Números mostram que as pessoas que negligenciam a sua espiritualidade podem facilmente ser levadas a cometer transgressão, tal como queixa, imoralidade e idolatria. Alguns dos exemplos e das lições desse livro bíblico podem servir como base para discursos que tratam de necessidades locais, feitos na Reunião de Serviço realizada nas congregações das Testemunhas de Jeová. De fato, “a palavra de Deus é viva e exerce poder” na nossa vida. — Hebreus 4:12.

Números ‒ Importância e benefícios

POR QUE É PROVEITOSO

32 Jesus se referiu a Números em diversas ocasiões, e seus apóstolos e outros escritores da Bíblia demonstram claramente quão significativo e proveitoso é seu registro. O apóstolo Paulo comparou especificamente o fiel serviço de Jesus ao de Moisés, que está registrado principalmente em Números. (Heb. 3:1-6) Também, nos sacrifícios animais, e em aspergir as cinzas da novilha vermelha, de Números 19:2-9, vemos outra vez retratada a provisão muito maior da purificação mediante o sacrifício de Cristo. — Heb. 9:13, 14.
33 Similarmente, Paulo mostrou que fazer sair água do rochedo no ermo é repleto de significado para nós, dizendo: “Costumavam beber da rocha espiritual que os seguia, e essa rocha significava o Cristo.” (1 Cor. 10:4; Núm. 20:7-11) Apropriadamente, o próprio Cristo disse: “Quem beber da água que eu lhe der, nunca mais ficará com sede, mas a água que eu lhe der se tornará nele uma fonte de água que borbulha para dar vida eterna.” — João 4:14.
34 Jesus fez também referência direta a um incidente registrado em Números, que prefigurou a maravilhosa provisão que Deus fazia por intermédio dele. “Assim como Moisés ergueu a serpente no ermo”, disse ele, “assim tem de ser erguido o Filho do homem, para que todo o que nele crer tenha vida eterna”. — João 3:14, 15; Núm. 21:8, 9.
35 Por que foram os israelitas sentenciados a vagar por 40 anos no ermo? Por falta de fé. O apóstolo Paulo deu forte admoestação sobre esse ponto: “Acautelai-vos, irmãos, para que nunca se desenvolva em nenhum de vós um coração iníquo, falto de fé, por se separar do Deus vivente; mas, persisti em exortar-vos uns aos outros cada dia.” Por causa de sua desobediência, por causa de sua falta de fé, aqueles israelitas morreram no ermo. “Façamos, portanto, o máximo para entrar naquele descanso [de Deus], para que ninguém caia no mesmo exemplo de desobediência.” (Heb. 3:7-4:11; Núm. 13:25-14:38) Advertindo contra os homens ímpios, que falam injuriosamente das coisas sagradas, Judas se referiu à ganância de Balaão por recompensa e à fala rebelde de Corá contra Moisés, servo de Jeová. (Jud. 11; Núm. 22:7, 8, 22; 26:9, 10) Balaão foi também mencionado por Pedro como sendo alguém que “amava a recompensa de fazer injustiça”, e pelo glorificado Jesus, na sua revelação por intermédio de João, como sendo alguém que ‘pôs diante de Israel uma pedra de tropeço de idolatria e de fornicação’. Certamente, a congregação cristã hoje deve ser acautelada contra tais ímpios. — 2 Ped. 2:12-16; Rev. 2:14.
36 Quando surgiu imoralidade entre os da congregação coríntia, Paulo escreveu-lhes a respeito do ‘desejo de coisas prejudiciais’, referindo-se especificamente a Números. Admoestou: “Nem pratiquemos a fornicação, assim como alguns deles cometeram fornicação, só para caírem, vinte e três mil deles, num só dia.” (1 Cor. 10:6, 8; Núm. 25:1-9; 31:16) Que dizer da ocasião em que as pessoas se queixaram de que obedecer aos mandamentos de Deus acarretava dificuldade pessoal e de que estavam descontentes com a provisão do maná feita por Jeová? Sobre isso, Paulo diz: “Nem ponhamos Jeová à prova, assim como alguns deles o puseram à prova, só para perecerem pelas serpentes.” (1 Cor. 10:9; Núm. 21:5, 6) Daí, Paulo continua: “Nem sejamos resmungadores, assim como alguns deles resmungaram, só para perecerem pelo destruidor.” Quão amargas foram as experiências de Israel por resmungarem contra Jeová, seus representantes e suas provisões! Estas coisas que “lhes aconteciam como exemplos” devem servir de advertência clara a todos nós hoje, para que possamos continuar a servir a Jeová na plenitude da fé. — 1 Cor. 10:10, 11; Núm. 14:2, 36, 37; 16:1-3, 41; 17:5, 10.
37 Números fornece também o fundo histórico, que serve para se entender melhor muitas outras passagens da Bíblia. — Núm. 28:9, 10—Mat. 12:5; Núm. 15:38—Mat. 23:5; Núm. 6:2-4— Luc. 1:15; Núm. 4:3—Luc. 3:23; Núm. 18:31 —1 Cor. 9:13, 14; Núm. 18:26—Heb. 7:5-9; Núm. 17:8-10—Heb. 9:4.
38 O que está registrado em Números é deveras inspirado por Deus, e é proveitoso para nos ensinar a importância da obediência a Jeová e do respeito por aqueles que ele fez superintendentes entre seu povo. Mediante exemplo, reprova a transgressão, e mediante acontecimentos de significado profético dirige nossa atenção Àquele que Jeová proveu qual Salvador e Líder de seu povo hoje. Supre um elo essencial e instrutivo no registro, que conduz ao estabelecimento do justo reino de Jeová, às mãos de Jesus Cristo, seu grande Mediador e Sumo Sacerdote.

Referências consultadas em: Watchtower Library 2013 CD-ROM

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